quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Solidão


Desesperança das desesperanças...
Solitude, de Jean Jacques Henner
Última e triste luz de uma alma em treva...
- A vida é um sonho vão que a vida leva
Cheio de dores tristemente mansas.

- É mais belo o fulgor do céu que neva
Que os esplendores fortes das bonanças
Mais humano é o desejo que nos ceva
Que as gargalhadas claras das crianças.

Eu sigo o meu caminho incompreendido
Sem crença e sem amor, como um perdido
Na certeza cruel que nada importa.

Às vezes vem cantando um passarinho 
Mas passa. E eu vou seguindo o meu caminho
Na tristeza sem fim de uma alma morta.


Vinícius de Moraes 



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